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O futuro: Edge Computing e 5G

Vinícius Perrott 30 de novembro de 2021 4952 18 3


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Vinicius Perrott: Seja bem-vindo ao Veezor PodCast. Olá, você que segue aqui a nossa minissérie, nesse bate-papo, eu conto com a presença do Diogo Dantas Arquiteto de Soluções. Gustavo seja bem-vindo.

Diogo Dantas: Obrigado.

Perrott: Diogo: vamos falar no episódio de um tema bem importante, que é o tal do 5G. Aqui no Brasil muito em breve, a gente vai ter o nosso leilão para poder ter acesso ao 5G efetivamente. Já tem algumas empresas operando. Mas o 5G já é uma realidade muito próxima. E comercialmente falando.

Diogo: Sim.

Perrott: Mas o 5G o tal do Edge Computing estão aí para revolucionar o mercado geral, não somente de computação em nuvem, mas de acesso à criação de novos serviços. O que é o 5G? E o que é esse tal de Edge Computing?

Diogo: Eu começaria falando sobre o Edge Computing. Depois a gente consegue complementar com o 5G.

Perrott: Sim.

Diogo: Mas antes disso, eu queria falar aqui que a computação em nuvem tem se demonstrado extremamente útil, pela sua grande capacidade de processamento de dados e de armazenamento de dados. Porém, o envio e recebimento de dados da nuvem têm uma limitação. Têm várias limitações, na verdade. Tem uma limitação pela velocidade da luz, porque esses dados são trafegados em backbones de fibra ótica. E esses backbones também têm limitação de banda. Então, cloud computing com certeza. Mas nós temos algumas limitações. E a gente começa a enxergar essas limitações em algumas ferramentas, em alguns aplicativos, em alguns sistemas, como sistemas de IOT, internet das coisas. E sistemas do nosso dia a dia, como os assistentes domésticos, como: Alexa, Google Home ou a Siri. Se você prestar atenção, quando você faz uma pergunta à Alexa, ela leva certo tempo para poder responder. Isso é porque os dados da sua pergunta foram enviados para a nuvem, foram processados e tiveram que voltar para o seu dispositivo Alexa. Isso para a Alexa pode gerar uma frustração para o usuário. Mas é aceitável. O usuário, às vezes, consegue conviver com isso. Agora, quando a gente começa a pensar em dispositivos autônomos, como veículos, que vão precisar estar interconectados com vários outros sensores, não só os sensores do próprio veículo, mas sensores de outros veículos, sensores de pista, de semáforo, etc. esse delay, esse lag passa a não ser aceitável. Porque essa diferença de tempo entre pergunta e resposta, pode causar um acidente.

Perrott: Nesse caso – só complementando – você falou do carro, de sensores e da própria Alexa. Então, um fator que pode definir é justamente a aplicabilidade da solução? Se eu tenho o meu sistema, que ele pode ter um delay um pouquinho maior, tudo bem.

Diogo: Sim.

Perrott: Mas se não, se eu tenho um sistema um pouco mais crítico, uma tomada de decisão mais rápida, eu tenho que ter esse delay praticamente zero ou zero. É isso?

Diogo: Isso. Exatamente isso. Só fazendo um adendo aqui: é que no mesmo sistema você pode ter um subsistema que precisa de um delay muito baixo. E outra parte do sistema que suporta um delay maior. Por exemplo, uma câmera de vigilância. Ela não precisa estar enviando dados para a nuvem o tempo todo. Ela pode enviar o dado para a nuvem somente quando ela detectar movimento. A câmera passa a ser um dispositivo de Edge Computing.

Perrott: Legal.

Diogo: Porque ela faz o processamento da movimentação e só se comunica com a nuvem para enviar streaming de vídeo quando tem realmente movimento. Então você vai ter um ambiente misto, em que alguns dados são processados dentro da rede Edge, dentro dessa rede local ou rede de provedores. E outros dados são processados na nuvem ou, também, no ambiente on premise. Também não existe essa limitação, não precisa ser só nuvem.

Perrott: Então, eu tenho uma solução de Edge Computing processando localmente, mais próximo do meu usuário, entregando um serviço melhor. O 5G, ele pode criar um canal mais facilitador também, para consumir mais serviços?

Diogo: Isso. Você tocou no ponto mais importante aí. O objetivo do Edge Computing é tentar aproximar a fonte de dados, do processamento. É exatamente isso. Com as redes que nós temos hoje, isso se torna muito difícil. Algumas distribuições de conteúdos CDN já estão tentando fazer isso e tem certo sucesso para aplicações Web e outras aplicações. Mas para dispositivos de IOT, assistentes e outros tipos de dispositivos não se sabe ainda se funcionaria. Aí é que entra a história do 5G. Porque a rede 5G permite você conectar diversos dispositivos dentro de uma mesma célula. Diversos – quando eu falo – são milhares. Cerca de 100 mil para uma única torre 5G. Então você consegue conectar muita coisa dentro daquela célula – coisa que você não consegue fazer no 4G hoje – com uma largura de banda enorme. Então, imagina que você pode ter centrais de processamentos embaixo da torre 5G, uma espécie de pontos de presença Edge – se a gente pode chamar assim – que vão receber os dados desses dispositivos Edges, fazer o processamento. O que for para enviar para a nuvem, ele envia. O que não precisa enviar para a nuvem, já retorna diretamente para o dispositivo Edge.

Perrott: Então eu vou ter uma combinação de serviços. O que vai agregar muito mais valor ao cliente, ao usuário final, entregando exatamente a resposta em praticamente em VO Timer.

Diogo: Isso. Praticamente isso. Essa é a ideia. Que a gente consiga fazer processamento dentro da rede, com tempo real. Esse tempo de ação seja realmente bastante reduzido, o tempo de resposta muito reduzido, com uma eficiência muito alta.

Perrott: Então vamos pensar aqui. A partir do momento em que eu tenho a minha aplicação, eu posso estar já imaginando que a computação em nuvem já é algo real dentro do meu ambiente, dentro da minha aplicação, dentro do meu negócio. E eu posso também utilizar o Edge Computing para poder melhorar a minha arquitetura, a minha estratégia de negócio, da minha aplicação também, e me beneficiar disso aí?

Diogo: É. Os especialistas do setor, os consultores, têm falado muito nisso. Que agora vamos, finalmente, conseguir atingir uma arquitetura distribuída de fato. Onde você tem distribuição dos pontos de processamentos. Eu posso ora processar no ponto do meu lado aqui. Se eu me desloquei um pouco, pode processar em outro ponto. Ou, se houver uma necessidade, eu vou processar na nuvem aquele dado.

Perrott: Entendi.

Diogo: Então você sai um pouquinho do modelo centralizado na nuvem e passa a ser um modelo distribuído no Edge Computing, nos pontos de Edge Computing. Agora, a gente tem que prestar atenção, que já tinha uma dificuldade em gerenciamento da nuvem.

Perrott: Sim.

Diogo: Treinamento de pessoal, entender as tecnologias. Toda essa dificuldade que a gente já tem. Agora, você imagina que a gente vai ter que gerenciar isso de forma distribuída, em diversos pontos de presença, em diversos Data Centers, on premise também, porque tem vários dispositivos Edge Computing, Edge Services que rodam on premise. Então você imagina os desafios de segurança. Licenciamento vai ser um problema. E do próprio gerenciamento disso, das configurações disso. Quando eu mudo a configuração em um ponto, eu tenho que mudar em todos os pontos, replicar para todos os pontos. É um mundo que está se abrindo. Mas são desafios legais para a gente tocar.

Perrott: Bacana. E são desafios. Que toda nova tecnologia traz seus benefícios; traz seus desafios. Mas o que é legal é que expande mais os horizontes dos analistas, das empresas e dos negócios, para poder criar produtos cada vez mais revolucionários, que a gente tem visto aí. Como você já citou: os assistentes virtuais, que são incríveis, porque atendem de uma forma tão rápida. E esses sistemas autônomos, que a gente tem acompanhado nas indústrias e em todos os segmentos.

Diogo: Eu tenho uma boa notícia também. Os grandes provedores de nuvem já têm algumas ferramentas para facilitar esse gerenciamento. Por exemplo, a AWS, ela lançou – eu acho que há um ano, não mais do que isso – uma ferramenta chamada Lambda@Edge. O Lambda da AWS é um serviço de computação o serverless. Agora você vai conseguir rodá-lo. Na verdade, você já consegue rodar elas em pontos de presença da AWS, em todo o globo.

Perrott: Melhorando mais ainda.

Diogo: É. E outros serviços de CDN também já têm os seus workers Edge, que você pode executar códigos diretamente nos pontos de presença onde aquele provedor se encontra. Eu acho que o grande desafio hoje é saber como os provedores de internet e as empresas de telecomunicações vão absorver isso dentro da sua infraestrutura. Dando espaço para que todos nós consigamos rodar ou ter infraestruturas Edges dentro, debaixo da torre do 5G, digamos assim.

Perrott: Legal. Legal Diogo. Que fique aqui. Vamos acompanhar esse tal de desafio.

Diogo: Vamos acompanhar.

Perrott: Como é que o mercado vai se acostumar e vai se adaptar a essa nova solução. Eu queria agradecer a sua presença. Até o próximo episódio.

Diogo: Obrigado, Perrot. Até logo.

Perrott: Legal. E para você que está nos acompanhando e já está utilizando o Edge Computing em alguma das suas soluções, já imaginou usar um processamento local? E o legal de tudo é: se esse conteúdo está sendo útil para você, pode ser útil para outra pessoa também. Não deixe de compartilhar. E até o próximo episódio.

Recomento a leitura do artigo: Análise de mídia sociais impulsionada por inteligência artificial

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