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Conversas Abertas 03 – Edge Computing

Vinícius Perrott 1 de agosto de 2022 6132 17 3


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Olá vocês, seja bem-vindo ao conversas abertas.

Essa minissérie é uma parceria com a Red Hat, e o Papo Cloud.

Esse espaço foi justamente idealizado para discutirmos sobre as principais tecnologias que estão transformando as empresas, e os seus negócios.

E olha só que legal. A cada episódio, a gente vai trazer um especialista que vai nos ajudar a compreender exatamente quais são esses impactos, e quais são os detalhes desse contexto todo tecnológico, que vem transformando todos os negócios.

Bem, e para esse episódio aqui, eu conto com a participação do Thiago Araki. Thiago, seja muito bem-vindo aqui a nossa minissérie conversas abertas.

Thiago Araki: Vinícius, muito obrigado pelo convite, acho que vai ser um ótimo papo.

Vinicius Perrott: Legal, não tenho dúvidas disso, Thiago.

E olha só, Thiago, antes da gente começar, um recadinho rapidinho para quem está vendo ou nos ouvindo, para melhorar aqui a sua experiência a gente colocou a transcrição completa desse episódio lá no site do Papo Cloud, assim como todo e qualquer material que a gente citar aqui, que provavelmente já vão ser muitos, então para melhorar sua experiência, material lá no site do Papo Cloud, beleza?

Então, vamos lá. Bem, Thiago, como de praxe aqui na nossa minissérie, a gente sempre pede para os nossos convidados para contar um pouquinho da sua trajetória de carreira, principalmente na Red Hat e a gente poder te conhecer um pouquinho mais, por favor.

Thiago: Interessante que eu tenho trabalhado na indústria de TI já há 20 anos, mas eu comecei, sou apaixonado por tecnologia muito antes disso. Teve a… não era comum na minha infância, mas meu pai já trabalhava com tecnologia, e desde criança ele trazia equipamentos, eu gostava de ficar mexendo, ele me ensinou a programar, então assim, esse negócio de TI, de tecnologia, já vem de casa, já vem de berço já faz tempo.

Perrott: Legal.

Thiago: E foi interessante também que eu comecei a trabalhar como estagiário lá por volta de 2004, 2003 em uma empresa pequena de telecomunicações, e eu fazia o software que ia dentro desses equipamentos, modens, roteadores, suítes, esse tipo de coisa, e lá dentro desses equipamentos tinha o Linux e foi aí que conheci, nessa época, que ainda era relativamente novo e tal, questão do open source, foi aí que eu conheci o Linux, acabei indo trabalhar em outras empresas depois e por volta de 2013, por incrível que pareça, voltei a me relacionar com o Linux, fui trabalhar na Red Hat. Eu estou aqui agora já há bastante tempo, quase dez anos na Red Hat, e é um… diria que uma empresa que tem uma expansão incrível, então cada um, eu diria assim, é um trabalho novo, cada ano é um desafio novo, é interessante, obviamente que também gosto de me envolver em projetos diferentes, de buscar novos desafios dentro da empresa. Então hoje, eu estou como responsável pela área que nós chamamos de tecnology sales, é a área que junta assim a equipe técnica, mas que trabalha com os clientes na venda dos nossos produtos e serviços. Então, tem o pessoal que junta conhecimento técnico com aqueles skills comerciais, de relacionamento, de vendas, de gostar de se relacionar não só com a tecnologia, mas com as pessoas também. Então, essa é a área que hoje eu lidero aqui na Rede Hat em toda a América Latina.

Perrott: Caramba, Thiago. E olha só, você contou da sua jornada e do seu contato, vamos dizer assim, do seu contato bem cedo com a tecnologia propriamente dito, você percebe que por esse contato tão cedo você acaba tendo até uma visão um pouco mais diferente em relação à uma negociação junto ao cliente, porque exatamente entender a necessidade e a dor do cliente faz a diferença na hora de encaixar uma solução, porque a tecnologia é legal, todo mundo aqui gosta da tecnologia, ver o produto funcionando, é magnífico, mas saber que ele está resolvendo um problema de negócio é muito mais legal ainda, não é?

Thiago: Com certeza, a nossa equipe, ela é apaixonada por tecnologia, mas mais importante, nós somos apaixonados por resolver os problemas dos nossos clientes, tão importante quanto conhecer a tecnologia, é saber qual que é o uso disso, qual que é o benefício, qual que é o problema que a gente vai resolver na prática, porque tecnologia por tecnologia há de tudo e está cheio de empresa que compra coisa e acaba não… compra software, hardware, o que quer que seja e acaba não tirando o melhor benefício para isso. Então, realmente acaba não sendo produtivo. A gente tenta através de uma relação de longo prazo com os clientes buscar uma melhor adoção das tecnologias que a gente vende, então tem que conhecer bem as dores, as necessidades, para poder posicionar a solução correta.

Perrott: Agora também entrando nesse contexto aí de conhecer bem, eu acho importante a gente fundamentar aqui uma coisa que é tão importante, que é o tema do nosso episódio, que é o tal do edge computing afinal de contas, vamos começar bem pelo básico, define aqui para a gente o que que é, quais são as principais características, e o principal, o que que isso tem a ver com o tal do open source também.

Thiago: Legal, edge computing é uma coisa bastante nova, é uma tendência de mercado que tem surgido e assim, para fazer um paralelo, a gente está acostumado já há alguns, um exemplo assim, dez… um pouco mais de dez anos, a nuvem surgiu em 2006, foi crescendo, e hoje a gente vê muita gente usando nuvem e entende a questão de computação em nuvem, centralizar o processamento em um data center que está em algum lugar no mundo. O edge, ele quebra um pouco esse paradigma, o que que é a ideia do edge? É você ter pequenos servidores ou um data center pequenininho só que vários deles espalhados geograficamente em vários lugares. Normalmente é uma combinação de uma nuvem, um data center centralizado ou alguns, com o edge computing. E por que fazer esse tipo de… que a gente chama de arquitetura, o edge computing, por que espalhar servidores dessa forma assim, que traz algumas complicações, vamos dizer, que eu vou falar um pouquinho disso, mas traz benefícios aqui. Basicamente que benefícios são esses? É aproximar o processamento das informações mais próximo dos dados, porque hoje sensores IOT, nosso celular, por exemplo, sensor de visualização de imagens, identificação por biometria, isso gera uma quantidade gigantesca de dados e trafegar esses dados, mandar esses dados lá para a nuvem, lá para um data center, esperar processar e trazer de volta, às vezes assim, a experiência não é a mais adequada e às vezes é inviável tecnicamente, você fica lá segundos, minutos, horas esperando uma resposta. Isso está sendo cada vez mais comum essa quantidade massiva de dados, seja de novo porque a gente está vendo lá câmeras com reconhecimento visual, a gente está vendo cada vez mais sensores IOT, e aí IOT usado não só… a gente está acostumado com consumidores a colocar casa inteligente, mas a gente está vendo fábricas inteligentes, fazendas inteligentes, imagina a quantidade de dados que isso está gerando, carros inteligentes que daqui a pouco vão estar se comunicando entre si. Então, isso requer um processamento de diferente do que a gente está acostumado com nuvem, justamente para poder atender as necessidades de mais velocidade de processamento dessa imensa quantidade de dados que nós estamos gerando no nosso dia a dia. Tem suas complicações.

Perrott: Sim, bastante, porque a princípio a gente passou por uma pequena era ali de tudo centralizado, de certa forma concentrou isso em cloud, e agora você está dizendo que com as soluções em edge, eu estou colocando um ponto mais… um pouco mais distante da minha centralização, mas está distante da cloud, mas está mais perto de quem precisa, não é? Então, tem essa vantagem de estar mais perto, então a troca da informação também ganha mais agilidade, é isso?

Thiago: É isso mesmo, vamos dizer, a complexidade está na relação de eu tenho esse edge, está em um lugar super remoto, imagina uma mina ou uma estação de extração de petróleo em alto mar, pode ser coisas complicadas como essa. Então, tem uma questão logística que é uma questão de segurança também, é mais fácil garantir essa segurança quando está tudo centralizado, quando a coisa está descentralizada precisa se preocupar sim em questões de segurança. Então assim, são novas preocupações, mas há uma série de benefícios para a utilização de edge computing.

Perrott: E nesse caso, vamos dizer assim, a mola propulsora para isso tudo tem sido o open source para poder ganhar mais agilidade, customizar soluções? Visto que também deve ser um desafio você conseguir parametrizar determinadas soluções para cada cenário e dificuldade do cliente, não é?

Thiago: Exato, fazendo um paralelo com o que eu comentei lá no começo da minha carreira, qualquer dispositivo lá que eu brincava tem um Linux ali dentro, a mesma coisa no edge, nos servidores edge, se você abrir um servidor edge vai ter um Linux ali dentro, porque o Linux é o sistema operacional que melhor se adapta a essa questão de ser pequeno, leve, de baixo orçamento, às vezes até relacionado com consumo de recursos energéticos etc., então o Linux é a base. Mas hoje em dia o open source, ele tomou uma proporção gigantesca, então assim, a gente fala do open source, da fundação com o sistema operacional Linux, mas hoje em dia todo o ecossistema seja da computação em nuvem tradicional, seja de edge computing, está sendo construído utilizando tecnologias open source. A própria Red Hat, nós temos um… nós somos muito reconhecidos, líderes em soluções de nuvens, em soluções inint 08:53 tradicional, o que nós fizemos foi tornar o nosso portfólio de tecnologias e fazer ele funcionar bem no mundo de edge computing, então a gente criou um portfólio focado em ambientes de menor capacidade de processamento, mas que ao mesmo tempo estão espalhadas, então tem uma coisa questão de automação muito forte, e a gente para manter esse parque, vamos dizer assim, parque edge funcionando, a gestão tem que ser muito bem feita, como eu falei, questão de segurança, questão de atualizações, logística, tudo isso, mas também tem uma questão do seguinte, as empresas, elas… nenhuma está infalível a algum problema de segurança, a falhas, isso vai acontecer, as empresas de maior maturidade são aquelas que conseguem se corrigir ou corrigir os problemas rapidamente. Então, a gente prega muito que a automação ajuda demais, se você tem uma falha, se a empresa tem algum problema, a se recuperar rapidamente. Então, a gente prega que sistemas de menor porte espalhados, mas com uma gestão, uma automação, uma prática de gestão e automação muito boas para poder garantir que esses ambientes vão estar funcionando adequadamente, dando serviço para o negócio.

Perrott: Thiago, você falou uma palavra, óbvio que me destaca aqui em relação à maturidade, se a empresa, ela entende que ela tem a maturidade adequada e ela sabe que é um processo em constante evolução, de nada adianta eu fazer uma configuração aqui e daqui a seis meses eu olho de novo. Nada disso, você tem que estar sempre perseguindo uma configuração melhor, um estado da arte melhor, mais novo, mais automatizado, é um trabalho meio que incansável, mas entendendo que aquilo ali vai estar trazendo melhorias técnicas e para o negócio, é isso?

Thiago: É isso mesmo, e por causa disso que nós temos oferecido ao mercado e até a capacidade de gestão preditiva, porque realmente, ficar mantendo esses ambientes não é algo simples, então a gente tem nas soluções da Red Hat capacidades de análise do que está acontecendo no ambiente e já entender, olha, vai dar um problema lá na frente, vai acontecer alguma coisa, tu pode ter um novo risco e isso vai… esse é um software de inteligência artificial que nós temos dentro de casa que vai analisando essas situações e já dispara para os nossos clientes, olha, aqui está a correção, você não teve o problema ainda, mas vai ter, então toma aqui a correção que isso já vai te garantir uma melhor gestão. Então assim, realmente existe o nível de maturidade necessário, mas a gente tem apoiado os nossos clientes para que eles avancem com essas capacidades e dando essas facilidades, vamos dizer assim, para a gerenciar um ambiente como o edge.

Perrott: Agora, tudo conseguiria dar um exemplo um pouco prático em relação ah ok, quem está nos acompanhando aqui falou assim, poxa, beleza, Vini, Thiago, entendi qual o conceito do edge, quais são as suas vantagens, os seus desafios, mas em termos práticos, como é que eu posso me beneficiar se eu tenho uma solução já em nuvem, nativa em nuvem e que, de repente, eu poxa, deixa eu ver como é que o edge pode trazer uma vantagem para o meu negócio, seja uma latência melhor ou até mesmo alguma coisa que possa entender que, puts, valeu o investimento e vou continuar nessa pegada do edge também.

Thiago: Tem, exemplo não falta. Eu vou começar de um negócio que eu acho superinteressante, depois a gente vai para casos, vamos dizer, do dia a dia. A gente fez um acordo com a NASA há um tempo atrás, para colocar um dos nossos softwares, um dos nossos produtos, que é o open shift, na estação espacial internacional.

Perrott: Lá no espaço literalmente.

Thiago: Lá no espaço, por quê? Eles estão lá, os astronautas fazendo… grande parte do que eles fazem lá são experimentos em ambientes que só consegue fazer esse experimento no espaço, seja por questões lá do ambiente, gravidade etc. E um dos experimentos de sequenciamento de DNA gera uma quantidade de dados absurda que eles fazem lá, e trafegar esses dados do espaço para a Terra, você pode imaginar, não é simples.

Perrott: Tem um custo muito alto.

Thiago: Tem um custo alto e o custo de manter um astronauta lá na estação é gigantesco, então assim, com essa solução de edge, a gente encurta, a gente não precisa… a gente mantém o processamento de dados lá na estação, não tem esse tráfego de dados, acaba fazendo o experimento rápido, no fim das contas, diminui custo de o cara estar lá, o astronauta estar lá por tanto tempo executando esses experimentos. De novo, esse é um caso supermoderno, vamos dizer assim, mas no dia a dia a gente tem uma série de situações onde o edge é aplicado. Vamos pensar em nós como cidadãos, puxa, a gente hoje em dia tem questões de… nas cidades, cidades inteligentes, semáforo, alertas de alagamento, temperatura e qualidade do ar, todas essas coisas hoje de certa forma, elas são sensores que geram informação e que se tivessem conectados, imagina, pode tomar ações dinâmicas, vai chover em tal lugar, então os próprios semáforos já se ajustam para facilitar a saída das pessoas ou em termos de tráfego. Então, isso requer edge, porque de novo, grande quantidade de dados espalhados em um lugar, a gente vai se beneficiar, a gente pode se beneficiar com qualidade de vida, questão de uma utilização de uma cidade inteligente. A gente tem visto isso acontecendo de verdade, isso não é uma coisa tão do futuro, recentemente a cidade de… no estado de São Paulo, São José dos Campos, ganho uma premiação de primeira cidade com o selo de cidade inteligente pela ABNT, aqui do Brasil.

Perrott: Poxa, que legal.

Thiago: Então assim, eles estão avançando, claro, dá para fazer muitas coisas com a questão do edge em cidades, até monitoramento, a gente pode imaginar a questão de segurança, dá para avançar muito mais, mas já eu acho que a gente já está começando a ver esses primeiros passos. Requer obviamente infraestrutura para isso, então não é algo tão simples, mas a gente tem visto avançar para as empresas, os governos, querendo avançar nesse sentido.

Perrott: Agora não deixa de destacar um ponto aí, Thiago, que você comentou, que o edge, então, ele está muito mais próximo ao contexto em si, do que à computação em nuvem. Até me explicar um pouquinho melhor, se eu tenho uma solução já em edge e que você citou a questão do trânsito, uma coisa o trânsito na sua cidade, você está falando de São Paulo, outra coisa é o trânsito na cidade de Recife, aonde eu moro, então se eu tenho soluções que estão muito próximas ao contexto, ela vai trazer dados e vai processar informações diferentes, e que ah, vamos dizer assim, meu dedo centralizado lá na nuvem, ele também pode interpretar de forma diferente, então ele consegue estar mais próximo ao contexto e responder mais rapidamente àquela situação e obviamente sair mais rápido do outro lado lá, com a informação objetiva, que é o proposto que ele está ali criado, ele está ali mais próximo. Então, o edge a gente pode pensar que também estar próximo ao contexto, muda também a característica dele e amplia as aplicações, é isso?

Thiago: Exatamente, a gente vê que a combinação edge computing com inteligência artificial aprendizado de máquina, o que a gente chama de machine learning, é uma combinação que vai ser, que já está começando a ser popular, mas vai ser acho que um dos principais casos de uso. Porque como você falou, é uma questão de processamento de dados massivo, e aprender com esses dados e tomar melhores ações com base nisso, então em São Paulo o comportamento do trânsito é de um jeito, a meteorologia de outra cidade é de outro, são ações completamente diferentes, importante é ter a capacidade de processar os dados na velocidade sem a latência, ficar esperando muito tempo para que isso aconteça e tomar ações rápidas, imediatas no local.

Perrott: Agora um ponto também, Thiago, nem tudo são flores, a gente também tem alguns desafios no conceito de implementação, a gente tem o desafio técnico, o desafio de negócio, fala aqui para a gente um pouquinho desses desafios para a gente entender realmente como a gente pode ok, tem esses desafios, mas também tem solução do outro lado.

Thiago: É, eu mencionei isso. Edge, primeiro, é algo novo, então as pessoas, as empresas, a gente está aprendendo muito com isso, requer uma mudança de paradigma assim, nos últimos anos a gente se acostumou muito com a questão da centralização no data center nas nuvens, agora essa questão de descentralização gera complexidade, gera necessidade de se preocupar com gestão, com automação, com segurança, é porque no fim das contas, imagina um data center em um lugar remoto, conectado à sua nuvem, alguém que consegue acessar aquele mini data center edge, com certeza pode… com certeza não, mas muitas chances de acessar o resto do seu negócio, do seu data center.

Perrott: Tem essas complicações que você falou desse data center, então, óbvio que na hora ver segurança, segurança também é um ponto que não pode abrir mão mesmo em edge, assim, não é porque está na ponta que deixa a configuração default e segue a vida. Não, nada disso, não é?

Thiago: Não, nada disso, exato. Então, por isso a gente dentro da Red Hat, nós temos uma abordagem que a gente chama de nuvem híbrida aberta, nós entendemos que o mundo, ele é híbrido, ele não é… o mundo de TI é híbrido, não é só data center tradicional, não é só nuvem, não é só máquina física, não é só máquina virtual, não é só container, não é só edge, é a sua combinação de tudo isso. Então, a gente prega e através das nossas tecnologias, soluções, nós buscamos facilitar que esses diversos ambientes diferentes entre si, consigam extrair o melhor de cada um desses tipos de ambientes de computação e torná-los o mais seguros e padronizados possível para que no fim das contas, quem está desenvolvendo as aplicações, quem está gerenciando o ambiente possa fazer isso sem se preocupar, puxa, aqui um edge desse jeito, aqui um data center tradicional de outro, aqui uma nuvem, vou ter que trabalhar de outro. Então, harmonizar essas complexidades e dar obviamente a segurança que nós acreditamos que somente o open source empresarial tem condições de dar, porque ele combina o open source, que é muita gente olhando, então em caso de problema, em caso de falha de segurança, tem muita gente para corrigir, e a questão do empresarial que a gente dá segurança, vai se aliar à qualidade necessária para os nossos… o respaldo que os nossos clientes precisam para executar a missão crítica.

Perrott: Sem dúvida, sem dúvida, Thiago.

(Vinheta)

Perrott: Thiago, veja só, também uma coisa que a gente acaba vendo muito no mercado, edge computing é um termo novo, mas existe um termo um pouco mais antigo já no mercado, que o tal de CDN. Então, define aqui para a gente, edge computing é uma CDN também?

Thiago: É uma boa pergunta. Na verdade, eu acho que vai ter gente que vai falar que sim, vai ter gente que vai falar que não, independente disso, o CDN se comporta com essa questão de ser distribuído por mais proximidade e entregar as informações, o conteúdo de forma mais rápida. No fim das contas, o conceito é muito parecido, a grande diferença entre o CDN e o edge, é que o CDN é algo relativamente estático, vamos dizer, só o conteúdo está lá, a ideia do edge é processar e ser inteligente, isso que eu mencionei antes, cada vez mais o que a gente vai ver dentro do data center é questões, por exemplo, de machine learning, de inteligência artificial, processar, receber os dados, processar dar uma resposta para o cliente muito rapidamente, para um cliente, para um cidadão, para um usuário, para uma máquina muito rapidamente, enquanto que o CDN, basicamente a gente está consumindo conteúdo, seja imagens, páginas web lá e não tem um processamento inteligente. Acho que essa é, vamos dizer assim, a principal diferença, mas são conceitos em termos de distribuição de recursos computacionais parecidos.

Perrott: É igual, mas é diferente.

Thiago: É igual, mas é diferente.

Perrott: Legal, Thiago, legal. Agora também levando em consideração que a arquitetura vai depender muito do contexto de novo, quem sabe você pode ter uma arquitetura que tenha lá uma solução edge e que consuma algum recurso lá da CDN também, aproveitando já que está próximo, e por que ter que ir lá na nuvem, buscar todo o dado e de repente pode ter algum dado mais próximo, e ele agiliza até mesmo no seu processamento. Então, olha aí, então é uma combinação de fatores, não é isso?

Thiago: É isso mesmo, faz todo o sentido o que você está falando.

Perrott: Agora, Thiago, uma coisa também que é bem interessante a gente colocar no nosso bate papo aqui é em relação a um número de novos entrantes do uso de tecnologia, a gente sabe que a tecnologia, quanto mais consumidores, quanto mais clientes, quanto mais dispositivos vão se conectando a esses serviços, obviamente mais dados a gente vai gerando também. E a gente tem acompanhado aqui ao longo do ano o tal do 5G chegando no Brasil, já está em fase de… enquanto a gente está gravando aqui esse episódio, mais ou menos está lá em implantação, tem homologação, enfim, está mais ou menos nesse status aqui de deploy aqui no Brasil, mas considerando esse contexto do 5G que vai abrir portas à novas possibilidades, a novos usuários e até mesmo a conteúdos com maior volume de dados sendo trafegado, o edge, ele também entra em um bom momento para conseguir atender essa carga e essa demanda, que já é uma demanda reprimida, cara, vai vim e vai vim uma avalanche de gente se conectando, e device, enfim, então um monte de coisa ao mesmo tempo. Então, o edge, ele está nesse contexto interessante também para ajudar nesse novo modelo de uso?

Thiago: Totalmente, tanto que a maior parte dos nossos laboratórios de edge computing, estão sendo feitos em conjunto com as grandes empresas de telecomunicações. O 5G é uma tecnologia totalmente habilitadora do edge computing, porque para quem não sabe assim, o 5G pode chegar a ser mil vezes mais rápido, do que o 4G, então…

Perrott: Caramba.

Thiago: …Só uma ideia de diferença assim, e não só que ele é mais rápido, mas é mais estável, tem menos variação na latência e tudo. Mas o mais importante é que com isso, a gente vai conseguir de fato habilitar internet das coisas, o inint 22:05 como eu falei no modelo de hoje consumidores tenho minha casa inteligente, com sensor de temperatura, de luz e tal. Isso já é legal, mas imagina carros se comunicando entre si para definir melhor a rota, ou em uma indústria a quantidade de dados que são gerados pelos equipamentos assim que podem estar lendo os novos sensores, lendo temperatura, pressão, se o equipamento vai falhar ou não, a gente está  trabalhando com uma empresa, com o metrô da Suíça, e eles colocaram edge dentro do trem, e são centenas de sensores dentro de cada trem se comunicando com a central, tudo através de 5G, para falar não, está na hora de fazer manutenção desse equipamento, ou não, imagina, fazer manutenção de um trem é um negócio que você tem que parar a linha, um negócio complicado. Então assim, de fato, o 5G habilita e torna real grande parte dos casos de uso de edge computing, é necessário 5G? Não é tecnicamente necessário, mas torna-se… abre um leque de cenários, de casos de uso para edge computing incrível. Então, eu diria que a gente vai em um caminho aí quando o 5G estiver pronto, de muito investimento em cima de edge.

Perrott: Caramba, esse caso que você citou aí, Thiago, é sensacional, porque ok, a gente… às vezes surge uma nova tecnologia e ela por si só, como você citou lá no início, ela não representa tanta coisa, apesar de que edge computing já representa muita coisa por si só, viu? Só para deixar bem claro aqui, mas tecnologias em paralelo que vão surgindo, vão complementando e vai catalisando, a gente viu isso com… lá no iniciozinho, no surgimento dos smartphones, a princípio só era um dispositivo ali grande, com uma tela bacaninha, mas habilitou outras coisas, desenvolvimento de apps, desenvolvimento de aplicações, modelo de negócios, aí veio o tal de 3G, 2G, 3G, 4G, isso tudo veio, como você falou, habilitando novas coisas que se fosse só a tela por si só, só seria mais uma tela colorida, mas o tanto que a coisa vai conseguindo agregar e essa combinação que você citou, o 5G com o edge nesse caso do metrô, cara, que sensacional, isso realmente viabiliza muita coisa, menos tempo de parada do serviço público, uma economia em uma questão de manutenção, porque não tem desperdício, a fábrica que produz aquela peça não produz o dia todo, produz exatamente específico esperando, então olha o tanto de cadeia que a gente começa a perceber, e de benefício que tem só nessa combinação dessas tecnologias. Caramba, estou doido para ver isso aí, viu, Thiago?

Thiago: Estamos, eu também.

Perrott: Legal, legal demais. Bem, Thiago, nosso episódio está chegando ao fim, mas a gente sempre faz a última pergunta aqui aos nossos convidados, que justamente criam todo esse contexto aqui do nosso episódio. Então vamos lá, para o Thiago, o que é a computação em nuvem?

Thiago: Para mim, a computação em nuvem, vamos dizer assim, é o futuro que a gente está indo, e o edge entra nisso com uma nova fronteira, então a combinação nuvem edge está realmente permitindo as empresas de transformarem, se transformarem não só para serem mais eficientes, mas pensar em novos modelos de negócios, novos serviços, novas experiências, a gente tem visto isso ser possível, a gente tem mudado a forma como a gente interage com tecnologia, interage com o nosso mundo por causa dessas mudanças tão importantes que nós estamos acompanhando no mundo de tecnologia. Então, é uma nova fronteira que vai trazer mudanças para o nosso dia a dia, nós como pessoas e as empresas e para os negócios de uma maneira… uma mudança fundamental. Então, estou eu super entusiasmado para ver isso na prática.

Perrott: Estamos, estamos, Thiago. Thiago, adorei muito o bate papo aqui e volte mais vezes aqui no nosso episódio, viu?

Thiago: Ah, com prazer, foi ótimo o papo e espero que a gente volte a se falar.

Perrott: E você que nos acompanha vendo ou nos ouvindo, e aí, gostou desse episódio, gostou desse papo aqui com o Thiago?

Só reforçando, esse bate papo aqui não termina por aqui. A gente continua discutindo lá no grupo do Papo Cloud Makes. Link na descrição para facilitar o que? A sua experiência. Lembrando também, que conta com a transcrição completa desse episódio lá no site do Papo Cloud, para facilitar a sua jornada de consumo em nuvem. Acompanhe nas redes sociais conversas abertas. Agradeço pela sua participação e audiência.

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