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Conversas Abertas 01 – Tecnologias Emergentes

Vinícius Perrott 18 de julho de 2022 6101 17 3


Background
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Olá vocês, seja bem-vindo ao conversas abertas.

Essa minissérie é uma parceria com a Red Hat, e o Papo Cloud.

Esse espaço foi justamente idealizado para discutirmos sobre as principais tecnologias que estão transformando as empresas, e os seus negócios.

E olha só que legal. A cada episódio, a gente vai trazer um especialista que vai nos ajudar a compreender exatamente quais são esses impactos, e quais são os detalhes desse contexto todo tecnológico, que vem transformando todos os negócios.

Bem, e para esse episódio aqui, eu conto com a participação do Robin Tate. Robin, seja muito bem-vindo aqui a nossa minissérie conversas abertas.

Robin Tate: Obrigado Vinícius, prazer estar aqui com vocês. Obrigado pela oportunidade.

Vinícius Perrott: Prazer é todo nosso Robin, e já dando um recadinho para quem está nos acompanhando aqui, vendo, ou nos ouvindo nas nossas redes. Ponto importante, essa experiência aqui também acontece através de uma transcrição completa, que vai estar hospedada lá no site do Papo Cloud, assim como todo e qualquer outro link de material de referência que a gente utilizar aqui durante o nosso bate-papo. Então, para facilitar a sua experiência, link na descrição. Bora lá para o nosso conversas abertas. Robin, primeiro, eu queria que você pudesse falar um pouquinho sobre a sua trajetória na Red Hat, antes de a gente falar sobre o nosso tema principal, que são as tais das tecnologias emergentes. Eu queria que você pudesse contar a sua história, para o pessoal aqui te conhecer. Por favor.

Robin: Legal. Bem Vinícius, eu trabalho com Cloud Computing desde 2005, de Cloud, nuvem ainda não visto como uma tecnologia promissora, uma coisa de futuro?

Perrott: Verdade.

Robin: E na Red Hat, fisicamente, eu entrei em 2015, com o objetivo de desenvolver a prática e o portfólio de serviços em consultoria para a Cloud. Então, isso envolve várias ofertas que eu venho desenvolvendo ao longo dos anos, na empresa, desde integração, migração para nuvem, automação. E hoje, eu cuido de todo o portfólio de soluções de serviços de consultoria para a América Latina na empresa. Então, foi uma trajetória aí de digamos assim, tem mais de 5 anos, quase 6 anos na Red Hat, nesse papel.

Perrott: E a gente vê que na sua trajetória, e até mesmo junto com a Red Hat, ela acompanha exatamente essas transformações que o mercado acabou sofrendo e vivenciando no dia a dia. Tomada de decisão, novas tecnologias surgindo. Vocês também ajudando a criar essas novas tecnologias, e possibilidades. Agora, também para contextualizar aqui Robin, eu queria que você pudesse explicar justamente o contexto da Red Hat nesse ecossistema tecnológico, e principalmente para a área empresarial. Como vocês acabam ajudando e colaborando, porque pode ser que alguém já tenha utilizado algum produto, mas, não saiba a imensidão do que é a Red Hat. Por favor.

Robin: Bem, se a gente parar para pensar, como você mesmo falou, a gente acaba sendo protagonista dessas ondas, de todas essas novas tecnologias. A Red Hat, ela é muito conhecida no mercado mundial, por que? Porque a Red Hat, ela é líder mundial, em open source, um software corporativo, baseado em open source . A Red Hat tem um largo histórico, porque ela revolucionou o sistema operacional através do Linux, que é o que se chama do Red Hat Interprise Linux, deve ter ouvido falar que é o RHEL (Red Hat Enterprise Linux), muito conhecido, portado em muitas empresas. E hoje, a gente tem o portfólio muito amplo de infraestrutura, de nuvem hibrida, midle ware, de integração ágil, que é o que a gente chama, desenvolvimento, e também gerenciamento de aplicações nativas para nuvem, e soluções de automação. Então, a gente está presente muito fortemente nesse mercado corporativo. Tudo isso, a gente entrega de forma muito segura, e permite que os nossos clientes trabalhem diversas plataforma, desde o seu data center, até a nuvem, até o Edge (Edge Computing – Computação de Borda), sempre operamos com muita transparência, responsabilidade, e por esse motivo, nós somos catalizadores do que a gente chama de comunidades do open source. E nossas soluções, nascem dessas comunidades, são soluções muito poderosas e flexíveis para os nossos clientes?

Perrott: Caramba. Agora, é notório que o Linux, e principalmente o RHEL da própria Red Hat, ele meio que já surgiu com uma pegada meio que em nuvem, antes mesmo de a gente falar de nuvem. Porque, já tinha esse conceito de primeiro você ter uma boa escala no seu produto, ter essa agilidade, como você mesmo comentou. Esse conceito da comunidade. Acho que a comunidade acaba contribuindo de uma forma extremamente exponencial em relação a melhoria do produto, conforme o mercado necessita. Agregar por agregar, não está agregando nada. Não é nem agregar, a gente tem que realmente desenvolver soluções. Agora, explica aqui para a gente, como é que a Red Hat justamente consegue ter essa visão mais inovadora em relação a essas tecnologias, e que cria algum contexto muito mais específico para os negócios no dia a dia. Por favor.

Robin: Hoje Vinícius, se você parar para pensar, o cloud computing, apesar de já existir há algum tempo, é sem dúvida, a tecnologia mais presente, do radar dos nossos clientes, das empresas, todos os segmentos de mercado, governo. E temos desde clientes que adotam uma nuvem privada, que a gente chama nuvem no seu próprio Data Center, para os seus clientes internos, até o modelo híbrido, onde o cliente conta com várias alternativas de nuvens, para utilizar nos picos de utilização de serviços. Então, por exemplo, a gente tem clientes hoje que utilizam a nuvem através da nossa plataforma, para os black fridays? São as compras que a gente vê, tão conhecido black friday, que tem um pico de utilização até maior que o natal. Então, essa promoção, se você parar para pensar, só o black friday, ele mexe com toda a indústria. Ele mexe com os clientes de varejo, serviços financeiros, e muitos deles, nesse segmento, utilizam nuvem. Então, nós temos clientes que são fintechs, empresas hightechs mesmo, muito inovadoras, empresas de entrega de software como serviço, no modelo B2B, que já operam 100% na nuvem. Então, a gente tem muitas fintechs que usam o nosso portfólio, e usam a nuvem quase 100%. E tem outros casos de clientes, por exemplo, que usam porções dos seus serviços, das suas aplicações, dos seus sites de e-commerce, dos seus sites de venda. Como por exemplo, a gente tem clientes que tem o carrinho de compras na cloud, através de uma plataforma que entrega performance, capacidade, flexibilidade, confiabilidade, escalabilidade, que é uma promessa da cloud. E todos rodam 100% na nossa plataforma open source. Isso ocorre por que? Porque nesses clientes, nós não levamos só a nuvem, nós levamos o que chamamos de laboratórios de inovação, onde a gente cria aplicações, cria novos produtos baseados em nuvem, e os nossos clientes tomam benefício desse contexto, aonde ele pode, vamos falar assim, fazer uma imersão na tecnologia. E é importante ressaltar também, que não são todas as empresas por segmento no mercado, que tem o mesmo nível de maturidade na adoção da nuvem. Então, a gente precisa contar com parceiros, eles precisam contar também com pessoas do lado da Red Hat, que tenham conhecimento, experiência, para tornar a nuvem uma coisa produtiva, que eles tenham performance na utilização da nuvem, e confiabilidade. O exemplo disso, é os novos papeis que estão surgindo, que é os sites reliability engineering, que é um papel totalmente novo, que ele visa dar essa confiabilidade na implementação, na jornada de nuvem dos nossos clientes.

Perrott: Você falou da jornada, justamente dessa capacidade de que algumas empresas, ou elas já nascem 100% em nuvem, a gente fala que são nativos digitais em nuvem, no modo empresarial. Mas também existe a realidade do mundo on premisse. A gente tem aqui essas empresas no contexto de que empresas com 30, 50, ou mais de 100 anos, e tem essa conexão muito forte com o seu data center. E que parte da empresa ainda está local, deve ficar local, por questões diversas. Pode ser por legislação, pode ser por um regimento interno, enfim, estratégia de cada negócio. Você também comentou que existe essa conexão, essa visão entre esse ambiente hibrido. Então, a solução do que a Red Hat também já visiona, é que um mundo não está desconectado com o outro. Pelo contrário, é tudo conectado. Faz sentido essa linha de raciocínio?

Robin: Não, todo sentido. Inclusive, quando a gente fala no modelo hibrido, ele é visto como um modelo, falo assim, que traz o melhor retorno financeiro, traz os maiores benefícios da escalabilidade, de segurança, e os benefícios financeiros, de você poder contar com a flexibilidade da nuvem. Então, isso é muito comum. E tem outro lado também, o open source. A gente pode, se você quiser, falar um pouquinho sobre o open source, que ele, a tecnologia de código aberto, ela traz uma nova fronteira para os nossos clientes, de adoção de tecnologias emergências, da Cloud, muito interessante.

Perrott: Então, nesse caso, que eu entendo que se a gente tem uma tecnologia feito a Red Hat, que também tem essa essência de ser open source, eu tenho vantagens de inovação, praticamente inerente a solução, porque vocês permitem que essa colaboração, e essa criação de novas soluções, seja, eu não digo que instantânea, mas assim, muito propicia a saber novas soluções, e novos caminhos. Então, o open source no geral, ele acaba também facilitando que as empresas se modernizem, na medida do que elas vão avançando com a utilização, e os desafios do mercado.

Robin: Exatamente, você colocou super bem. O modelo open source, o modelo de comunidade, ele é muito legal. Por que? A Red Hat, ela não desenvolve os seus softwares, ela conta com uma comunidade, ela catalisa e aporta diariamente mudanças, novidades, de pessoas que atuam contribuindo com o desenvolvimento do software da Red Hat, de diversos segmentos da sociedade. Então, o open source é um software muito alinhado com o que a sociedade, o mercado busca. E melhor, transformamos esse software em um software corporativo de alta performance. E tem mais. O modelo open source, ele tem uma filosofia de trabalho que incorpora e integra as pessoas nessa cultura de inovação. Então, o próprio modelo de comunidade, ele fomenta o aporte de inovação, cria novas formas de trabalho colaborativas. Hoje em dia, quando a gente pega as empresas, muito do que elas buscam, quando fala em transformação digital, uma nova cultura, colaboração, inclusão, transparência, entregas rápidas para o negócio. Então esses valores, realmente que o open source traz, que as comunidades semeiam e fomentam, esse modelo virtuoso, ele é essencial para a transformação digital dos nossos clientes. E a gente costuma levar essa cultura para os nossos clientes, nos nossos projetos também, esses novos modelos de trabalho.

Perrott: Faz total diferença, porque se tem aqui uma opção desse melhoramento continuo, e tem voes como especialista no segmento, que entende da tecnologia, e vem trabalhando para entender exatamente a demanda do mercado, é uma forma de você, a empresa realmente confiar e falar, poxa, eu tenho aqui uma solução que está me inovando, e está me ajudando a romper possíveis desafios, que as vezes nem conheça, ainda é no campo do desconhecimento. Isso é muito legal, Robin. Agora, também existe o desafio, como a gente estava comentando, em relação a esse mundo híbrido. Eu queria que você pudesse explicar aqui, se existe uma visão hoje dessa dificuldade de os gestores entenderem que o seu data center ele pode estar conectado a soluções, apesar de que você já citou ali a história do carrinho de compra. Você pode ter um carrinho na nuvem, e de repente partes da sua solução. Mas, o mercado ele está mais aberto a compreender essa evolução que pode estar conectado. Só fazendo um parênteses aqui, a gente tem mais de 10 anos de soluções em computação em nuvem, pelo menos aqui no Brasil, nesse contexto brasileiro. Como é que você tem visto essa facilidade, ou ainda é um certo desafio a ser rompido?

Robin: Um ponto importante. Adotar uma nuvem hibrida, não significa simplesmente você, nossos clientes levarem as suas aplicações de um lado para outro, ou ter um pedaço em um lado, um pedaço em outro. Embora a nuvem hibrida seja um caminho bom, interessante para o presente futuro, a migração para a nuvem, requer muita atenção dos nossos clientes, mesmo porque você mesmo comentou, tem requerimentos de conformidade, tem requerimentos de negócio, requerimentos financeiros, requerimentos de segurança. Então, para a maioria dos nossos clientes que são bem-sucedidos, na posição desse modelo hibrido, tem que haver uma mudança de comportamento, de mentalidade. Ou seja, isso vai além da localização física dos dados, é uma mudança de cultura. Então, novas formas de trabalho são exploradas, e para o cliente se beneficiar de todos esses benefícios da escala, das eficiências que uma nuvem hibrida dá, e um engajamento que a computação proporcionam, é importante a empresa saber aonde ela quer chegar. Então, ela tem que entender, nuvem hibrida não é só redução de custos, não é só redução de espaço. Mas, a gente tem que saber quais são, aonde a gente quer chegar. Quais processos a gente têm que remodelar, o que que a gente tem que automatizar, para conseguir garantir um nível de serviço, escalável, consistente, coeso no modelo hibrido. Quais as aplicações que a gente vai poder tomar partido, tomar benefício desse modelo. E outro ponto importante, a gente tem que fazer com que os colaboradores se envolvam do projeto. Se envolvam, e não só as pessoas, a equipe de TI. As próprias áreas de negócios, de produtos, eles têm que se envolver nessas transições, e entenderem os objetivos da tecnologia emergente, e isso é parte essencial para a adoção de nuvem. Tem estudos de IDC – (International Data Corporation), do próprio IDC, que ele mostra que as empresas elas vão para a nuvem, sem uma abordagem clara de modernização das suas plataformas, das aplicações, dos processos, da mudança cultural que isso implica. Então, isso não é aconselhável. Então o que a gente aconselha, é que nossos clientes tenham um plano, pensem no componente pessoas, capacitação, treinamento, para que as pessoas não se sintam inseguras com esse novo modelo de implementação. E tudo isso flui com muito mais facilidade.

Perrott: Impressionante. Robin, você estava comentando desses desafios. Obvio que tem inúmeros desafios aqui, o mercado vive isso, os gestores vivem isso. Tomar uma decisão ainda é o momento mais assim, mais emocionante de tudo. Mas, a partir do momento que a gente começa a compreender que eu posso ter um conceito de nuvem, posso ter um conceito e uma solução que permita essa nuvem hibrida aberta, também já deixa muito mais, eu digo que o coração do gestor mais tranquilizado, porque ali ele vai poder personalizar, configurar, e melhor, não ter o tal do conceito do lock in, que a gente acaba encontrando em alguns determinados soluções, e que deixa muito mais tranquilo a tomada de decisão para ele, porque ele vai estar em um ambiente mais aberto. Agora, eu queria que você explicasse para a gente, o que que é essa tal de nuvem híbrida aberta, e qual o desdobramento que isso acaba tendo nos negócios.

Robin: Quando a gente fala nuvem hibrida aberta, a gente fala de três pilares importantes. O primeiro deles, é o que a gente chama de tecnologia open, o próprio open source. Então, a tecnologia open, é uma tecnologia que viabiliza, como você comentou, no lock in. Quando a gente fala de open source, e o que eu recomendo muito para os nossos clientes como estratégia de nuvem, é que ele tenha opções, né? Então, essas empresas, elas não têm que ficar presas a um único provedor de nuvem, ou a um único mega cloud skiller? O ideal é que ela tenha uma plataforma, onde ela toma, ela absorve os benefícios de diferentes modelos de nuvem, e diferentes modelos de custo. Então, do ponto de vista financeiro, do ponto de vista de compliance, de segurança, você trabalhar com múltiplos provedores de nuvem, acaba sendo a melhor opção, a opção mais interessante, não ter lock in. Por que? Porque você tem dependência tecnológica, você consegue fazer um processo de on cloud, on premisse. Se amanhã… é aquela coisa de você não ter todos os ovinhos em uma cestinha só.

Perrott: Verdade.

Robin: Então, a questão da Cloud, acaba virando uma estratégia de sourcing. Isso é muito interessante. E o que a gente tinha comentado é isso, você utilizar uma plataforma open. O outro pilar, é o que a gente chama de cultura open. Então, esses modelos ágeis de software, agilidade, o DevOps, eles se consomem nessas tecnologias. Então, a mudança cultural, por mudar a cultura, a gente tem que mudar também as formas de trabalho. Então, novas formas de trabalho, mais produtivas, de produtividade de criação de software, aplicativos, surgem com a nuvem. E, por final, a gente fala de open technology, open culture, e como a gente falou, o processo open. Então, esses processos hoje que a gente, essa nova dinâmica de entrega ágil de aplicações, onde você tem, por exemplo, facilidade em colocar novas relieses, novas edições de aplicações, novas funcionalidades para o negócio, para a área de produtos da empresa, é o que fomenta a inovação. Então, esses três pilares, acho que são fundamentais quando a gente fala de nuvem hibrida aberta. Pessoas, que a gente chama de open culture, open process, para o processo, e open technology.

Perrott: Esses pilares, acho que eu particularmente nunca tinha ouvido falar tão precisamente, com relação a esses pilares. E até conecta a uma próxima evolução tecnológica que a gente tem visto e acompanhado, principalmente aqui no Brasil, que é justamente o surgimento de novas tecnologias que prometem, mas não é uma promessa não, eu tenho certeza, vai trazer muito mais soluções, e muito mais usuários, que é o tal do 5G. Pelo menos, enquanto a  gente está gravando esse episódio aqui, o 5G no Brasil está tendo todo esse desdobramento que tem de implementação, já aconteceu a licitação, enfim, tudo isso já está acontecendo nesse momento, muito em breve a gente já vai estar consumindo esse produto, esse serviço. Porém, já vai estar viabilizando também novos entrantes nessa nova tecnologia. Como é que você tem visto justamente, eu tenho 5G que não somente é uma largura de banda melhor, mas, conecta a novas tecnologias que vão estar gerando novos insights. O próprio IOT é um deles, e a computação hedge, que você já citou lá no início do bate-papo. Como é que você vê isso tudo, conectado justamente a esses pilares de nuvem hibrida aberta?

Robin: Quando a gente fala de nuvem, um dos pilares fundamentais da nuvem é autosserviços, escalabilidade e conectividade. Então, 5G realmente, você falou tudo. Ele é uma tecnologia que a gente chama de enablement. Que viabiliza a nuvem hibrida, ou multi cloud. E a questão também que eu achei interessante. Se eu falar para você, te perguntar Vinícius, há 20 anos, se alguém falar para você em um jantar, você está jantando com a sua esposa, e um amigo da área de tecnologia, e ele diz assim, “olha, algum dia alguém pode ir em uma loja de eletrodomésticos, você vai comprar um refrigerador ou uma panela que se conecta na internet, baixa receita, e manda lista de compras”. Eu ia falar, “cara, o que é isso? Qual que é a praticidade disso”, há 20 anos atrás.

Perrott: Que você viu em que filme?

Robin: É, todo mundo já assistiu, ficção científica?.

Perrott: Verdade.

Robin: Porém, a de hoje é essa. Hoje, muitas coisas estão conectadas. Então, eletrodoméstico, carro, sistema de segurança, até máquina de café hoje em dia, vende em machine. Então, o 5G, ele veio para impulsionar essas novas fronteiras de conectividade, entre esses dispositivos distribuídos pela sua casa, pela cidade, que a gente fala de cidades inteligentes, pela sociedade. Então, a medida que o 5G ele vai ganhando cobertura, o IOT, que a gente chama de internet das coisas, vai passar a tornar uma realidade, vai se tornar uma realidade cada vez mais presente no nosso dia a dia, e vai transformar não só as nossas casas, mas também as empresas, as comunidades, a relação de fornecimento, de aquisição de produtos. Então eu acho que o IOT, ele definitivamente, com o 5G, ele vai ganhar uma forma tremenda. E a gente pode citar vários exemplos de inovação? Por exemplo telemedicina, que usa os dispositivos cirúrgicos a distância. As diversas plataformas que a gente vê de cidades inteligentes, que estão sendo implementadas pelo Brasil, pela América Latina no mundo, contam com a tecnologia open source. Então, a gente tem casos não só de IOT, de infraestrutura do IOT, como também de implementação de 5G nas operadoras. Então, mais uma vez, a open source muito presente nessas tecnologias ruptivas, inovadoras, viabilizando esses projetos. O que é muito legal. Então, ser protagonista dessa nova realidade, dessas novas tecnologias, você colocou muito bem, apoiar esses novos entrantes da exploração das tecnologias geodistribuídas, é fantástico.

Perrott: Cara, fantástico mesmo. E você citou da cafeteira aí, eu estou doido que a minha cafeteira logo esteja conectada ao meu fornecedor de café, viu, para agilizar justamente essa experiência mais amigável. Às vezes, o estoque de café vai acabando, e não dá tempo de ir no supermercado para repor. Olha aí, quem sabe, muito em breve, ela já se conecte sozinho, só tenha que receber na minha porta de casa. Vai ser legal, viu?

Robin: Alguém tocar a sua campainha, e falar, “chegou o café”, e você nem se tocou. “Nossa, mas, espera aí, como assim? Eu pedi?”. “A sua cafeteira pediu”.

Perrottt: Sem dúvida. Agora Robin, isso é muito legal, porque mostra que a partir do momento que a gente tem soluções que de novo, isso acho que vale muito a pena enfatizar esse ponto. Se eu tenho uma solução que permite essas customizações, porque o negócio vai necessitando, a gente sabe que os negócios não é um bicho estático? Eu nasci assim, vou ser sempre assim, não é, não é assim. Pelo contrário, todo o negócio ele vem evoluindo, vem se adaptando, por diversos motivos. Porque o consumidor vem pedindo novas informações, ou um novo jeito de se relacionar com aquele produto ou serviço daquela empresa, e as empresas obviamente, sagazmente, vão tentando se atualizar, e ser esse pioneirismo. Agora, é de se notar, que o Brasil, ele, em alguns momentos da sua economia, da sua fase de economia, sempre teve, ou ele estava muito mais a frente, ou as vezes ele ficava um pouquinho mais atrás, em determinados segmentos de mercad. A gente sabe que para alguns, a gente é muito pioneiro. A gente tem aqui a própria agricultura, ela é pioneiríssima em diversas frentes, e tantas outras. Mas, como é que você tem visto hoje em relação ao Brasil, nessa questão dessas adoções, e criação dessas tecnologias. A gente já está meio que lá para trás ainda, está na metade? Ou não, cara, a gente está há anos luz na frente, já trazendo soluções, inclusive motivando o mundo para entender melhor, e adotar melhor essas soluções.

Robin: O Brasil, olhando em um panorama mundial, é um país, eu considero o Brasil como um polo de inovação. Então, por exemplo, a gente tem hoje convênios que a gente chama de Red Hat Academy, com a universidade de Campina Grande na Paraíba, e a gente vê, por exemplo, hoje, dentro do segmento de educação, um interesse muito grande pelo open source. A gente forma muitos talentos em parceria com muitas universidades, justamente por um motivo, pela escassez de recursos. A mão de obra especializada, está muito escassa. Então, a Red Hat enxerga como fundamental ter a oportunidade de capacitar, digamos assim, para atender a essa demanda que é muito grande. A gente vê um mercado com uma escassez de mão de obra muito grande no Brasil. Eu vejo o Brasil, como estando no meio dessa corrida. Então, nós temos, por exemplo, nós estamos hoje com o 5G, como a gente comentou aqui na nossa entrevista, que ao meu ver vai ser um grande impulsionador dessas tecnologias, de IOT, geodistribuídas, isso tende a crescer muito nos próximos 10 anos. E o Brasil, dentro da América Latina, foi um dos primeiros países a terem um cloud datacenter, de um mega data center provider, de um Hyperscale? Então, nós temos data center de cloud providers, que estão entre os maiores do mundo. É uma situação impar na América Latina. Então, o Brasil está caminhando para ter uma oferta farta de conectividade, uma excelente oferta de cloud, já tem. Então, as empresas vão se beneficiar muito. Isso vai puxar a evolução da adoção dessas tecnologias emergentes, nos próximos 10 anos. E também eu considero o governo Brasileiro, como um early adopter. Uma curiosidade Vinícius, é que o governo é um dos maiores clientes de open source que nós temos. A nossa maior carteira hoje, está no governo brasileiro. Então, o meio governo, ele é bastante inovador, do ponto de vista de adoção do open source. Utiliza muito as nossas soluções. E o que a gente vê crescer muito, é a adoção do open source nas fintechs, nas empresas de ponta, nas startups, encubando essas tecnologias. Então, eu vejo, apesar das nossas dificuldades do contexto mundial econômico, social que a gente vê, eu vejo um futuro promissor, para a área de tecnologia, para a geração de oportunidades, empregos para as pessoas, e principalmente, para a evolução da tecnologia do Brasil, como sendo um país de destaque na adoção dessas tecnologias emergentes.

Perrott: Que legal. Você citou o caso do governo, e de fato, assim, a gente vem acompanhando todas essas décadas e mais décadas, a gente enquanto cidadão, percebe que existe sim um esforço muito grande na digitalização dos serviços de governo. E a gente enquanto cidadão, a gente vem acompanhando essa evolução. A gente vê, das últimas duas décadas, o passaporte sendo emitido com um processo bem mais digitalizado. Isso já começou há um tempo lá atrás. Eu sei que é um desafio enorme digitalizar alguns processos, porque tem uma cadencia muito grande, dependência de métodos de controle. Mas, você citando essa questão do open sourcing, mostra que até mesmo em determinados blocos econômicos que tem uma série de legislação e controles de auditorias internas, ainda sim tem espaço para inovar. Leva-se tempo, naturalmente leva-se tempo para ganhar maturidade, e massa crítica o suficiente. Mas poxa, que legal viu Robin, esse seu exemplo do governo, não só dele, mas de todos os outros. As próprias fintechs, as startups, vem provando por A mais B, que eles têm capacidade sim, dessa digitalização o quanto antes, desse poder de inovação. Cara, fantástico o exemplo, muito legal.

Robin: Só me permite um parênteses, te contar uma coisa interessante.

Perrott: Por favor.

Robin: Quem não usa o Pix hoje, né?

Perrott: Pois é. Olha aí.

Robin: O pix, digamos assim, é muito desruptivo, né? Ele mudou o comportamento das pessoas, a maneira das pessoas transacionarem pagamentos. O pix, ele roda na nossa plataforma. O pix do Banco Central, é um projeto que foi desenvolvido com open source. Então, é o open source impulsionando realmente a inovação tecnológica no Brasil.

Perrott: Sem dúvida. Vamos marcar aqui uma volta para a gente contar desse case aí do Pix, que eu acho que é sensacional. E eu deixo aqui um registro muito claro, por que ele é tão sensacional? Porque a gente vai em uma feira para comprar uma banana, e tem lá uma barraca com uma plaquinha, junto com o feirante, com o QR Code. Gente, fala sério, o QR Code hoje em uma barraca, em uma feira, para receber um pagamento ali totalmente digitalizado, olha a transformação. A gente vai… vamos voltar Robin, para a gente contar esse caso aqui. Mas, a gente encerrando o nosso bate-papo aqui por hoje. Porém, tem um grande parênteses aqui que a gente faz. Sempre convido meus convidados, a refletir junto comigo aqui, que é o seguinte. Eu faço uma pergunta que vai no tema do campo das ideias, que é o que acaba criando todo o nosso contexto tecnológico aqui. Então, vamos lá, para você também não vai ser diferente não, Robin. Para o Robin, o que que é a computação em nuvem?

Robin: Eu vou te falar de uma forma bem simples, tá? A computação não vem ao computador do outro.

Perrott: Bacana.

Robin: Sem brincadeira. Hoje, o que acontece, a computação em nuvem é o que foi o out sourcing. Então, considero a computação em nuvem, a terceirização do processamento da computação. É uma coisa que não tem volta. Uma vez provado os benefícios financeiros, de escala, de agilidade para as empresas, eu acho que é o movimento que não tem volta.

Perrott: Bacana demais. Robin, eu queria muito agradecer aqui a sua participação na nossa minissérie conversas abertas. E até a próxima viu?

Robin Tate: Obrigado Vinícius, sucesso aí, e muito obrigado. Abraço.

Vinícius Perrott: Bacana. Bem, e você que vem nos acompanhando, vendo, ou nos ouvindo.

E aí, o que que você achou do bate-papo aqui com o Robin? Lembrando, que esse bate-papo aqui, não termina por aqui, viu? A gente continua discutindo lá no grupo do Papo Cloud Makers. Link na descrição, para facilitar aqui a sua experiência.

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