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Papo Oracle Cloud T4 01 – Design Thinking – Marco Righetti

Vinícius Perrott 7 de dezembro de 2022 5068 19 3


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Olá, seja bem-vindo à quarta temporada do Papo Oracle Cloud. Nessa temporada iremos discutir sobre processos e tecnologias que estão revolucionando o mercado e potencializando a inovação nas suas empresas e nos seus negócios. E nesse episódio de abertura, eu conto com a presença do Marco Righetti. Righetti, seja bem vido ao Papo Oracle Cloud.

Marco Righetti: Olá Vinícius! Que bom estar aqui de volta com você.

Vinicius Perrott: Righetti aqui já é cadeira cativa, viu? Já participou de vários episódios.

Righetti: Gosto de estar muito com vocês aqui.

Papo Oracle Cloud - Design Thinking para co-criação de inovação e agente de transformação digital - Marco Righetti

Vinicius Perrott: Rapaz, a gente gosta também, porque a pessoa tem muito conhecimento, e o legal é estar compartilhando aqui com a gente esse conhecimento. Mas, Righetti, rapidinho, antes da gente começar o nosso bate papo desse episódio, você que está aí ouvindo e está acompanhando, tenho um recado importante para você. Você já sabe, quem já acompanha a nossa série Papo Oracle Cloud, sabe que tem toda a transcrição completa lá no site. E para que a transcrição? Para poder facilitar aqui a sua experiência, além de todo e qualquer material complementar que a gente citar durante o nosso bate papo. Bem, link na descrição do seu aplicativo favorito de PodCast e bora lá. Bora lá para falar com o Righetti aqui, que o legal desse assunto Righetti, a gente já falou em diversas temporadas sobre tecnologias, como isso vem transformando os negócios, mas também existem algumas coisas que antecedem a tecnologia propriamente dita, de toda essa computação em nuvem que a gente tanto fala, que são os métodos ágeis. Eu queria que você pudesse explicar aqui um pouquinho para a gente como é que esses métodos ágeis fazem, o que são, para que servem, onde moram? Explica aqui para a gente, por favor.

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Marco Righetti: Ótimo assunto. Eu acho que quando a gente pensa em cloud, antes de tudo de pensar nas ferramentas, tem que pensar nos métodos. E realmente, o método ágil, pensar em design, tem tudo a ver com inovação, tem tudo a ver habilitar inovação nas empresas. Eu até gosto de responder essa pergunta trazendo um pouco de história. Esses métodos não são novos, já são estabelecidos há um certo tempo no mercado, nos centros de inovações, nas iniciativas, nos programas de inovações das empresas. Pode ver com vários nomes, mas os autores do design thinking, remontam há mais de 10 anos.

Veja os outros episódios da Minissérie Papo Oracle Cloud 

Perrott: Sim.

Righetti: Escolas, universidades, elas já praticam o conceito de design já há bastante tempo. O que a gente vê hoje em dia é que, inovação tem que estar muito ligada a gerar resultados. A inovação tem que ser muito aplicada ao negócio, tem que se identificar do ponto de vista de um (problema de negócios ou de um diferencial competitivo do negócio, seja criando uma coisa disruptiva ou então agregando valor para o cliente naquele negócio. E, no final do dia, tem que gerar resultado. Então, o que eu vejo é que os métodos ágeis são as pontes dos métodos que vão habilitar a criação de novas soluções, ou até dar uma eficiência operacional onde não está sendo visto, melhorar condições do negócio, melhorar as condições de trabalho dos colaboradores, que no final do dia vão melhorar o negócio, criar novas oportunidades de produtos e serviços para os clientes. Enfim, oportunidades que aí são identificadas quando a gente coloca o sapato do problema, calça o sapato na situação do problema. Então, se eu fosse resumir o que são os métodos ágeis, o design thinking, ele tem a ver muito com você…é um exercício muito empático. Você se coloca numa situação de problema ou em uma situação que você quer se diferenciar, que é inovar diferenciando. E aí você tem uma condição que tem que limpar as vezes a mente de soluções que estão na mão. Então é um exercício bem interessante, é bem interessante que as empresas pratiquem. E, hoje em dia, com a evolução desses métodos, eu vejo um interesse das empresas muito alinhado com aplicar rapidamente, ter agilidade suficiente para aplicar essas inovações no dia a dia.

Perrott: Agora, é interessante, Righetti, você comentando que nada adianta a gente ter uma solução que a gente está tão acostumado. “Ah, eu sei que essa solução funciona, vai lá e aplica para você também”. Mas se a gente não levar em consideração o contexto daquela empresa e daquele negócio, que você falou no caso da empatia, né? Se não formos empáticos com a situação da empresa, de repente a solução é muito boa, mas no papel. A realidade é outra, precisa de uma análise. Ter um pouquinho mais de atenção e carinho faz total diferença e até mesmo para julgar, né? Descobrir que, “poxa, a solução que fez supercerto para um, não está fazendo o menor sentido para o outro”. Então a palavra aqui seria ter, de fato, empatia com o contexto, é isso?

Righetti: Exatamente. Eu acho que tem elementos no design thinking, no pensamento do design, vamos traduzir literalmente, que são muito importantes a serem levados em conta quando a gente quer praticar esse exercício no dia a dia das empresas. Tem a questão do contexto, tem que saber onde eu estou, quais são as ameaças, quais são as oportunidades. Eu tenho que ver o ambiente, tanto interno, quais são as disciplinas, as pessoas que tem o conhecimento para tratar aquele problema e reconhecer as soluções, quanto até o externo, tem que fazer essa análise. Quando a gente fala das sessões que eu participei no laboratório de inovação da Oracle, a gente fazia um pequeno exercício com os nossos grupos de clientes que iam lá co-criar com a gente, em que a gente fazia esse exercício de “quais são as ameaças? Quais são as oportunidades?” Aquela análise SWAT tradicional.

Perrott: Sim.

Righetti: Estratégica, mas que você cria um sentimento de contexto para você estar emergido nesse contexto. E tem uma questão que são as pessoas. As pessoas pensam em problemas, elas sofrem com problemas, elas se preocupam com os problemas, elas querem, na verdade, estar apaixonadas pelo problema. Tem um colega nosso que fala “eu sou apaixonado por problemas.” Engraçado isso, esse termo. Mas ele fala com aquela coisa de querer resolver.

Perrott: Sim.

Righetti: E aí tem uma identificação, um exercício também que eu já participei de alguns, em que você identifica “para quem a gente está fazendo essa solução? Quem é que vai ser impactado por essa solução? Quem é que vai realmente utilizar essa solução?” Até trago aqui um caso que a gente fez no laboratório de inovação uma vez, para você ver a importância da pessoa no processo. A gente… vem uma empresa de transportes que a preocupação principal, ainda mais hoje em dia…

Perrott: Total.

Righetti: Que era o combustível, custo, quero melhorar a questão do custo do combustível na minha matriz econômica. Quais são as soluções que vocês têm? A primeira pergunta é, “quais são as soluções?” Vamos entender o seu problema de combustível? E aí a gente começou a fazer o exercício da sessão lá, um brainstorm bem direcionado, o ser humano é muito calcado em frameworks. A gente tem lá os métodos que são, dependendo da abordagem, [inint] [00:06:40]. E aí se descobriu que, porque o motorista acelera, porque ele deixa o caminhão ligado quando não deveria e a pergunta que surgiu: “quem é o motorista aqui?” Não tinha ninguém representando o motorista, para entender o porquê ele fazia aquilo. Então, veja o impacto disso. Por mais que tenha uma solução tecnológica, com inteligência artificial que vai desligar o motor, embarcado, que eu pesquise, que eu gaste uma soma considerável de dinheiro nisso, pode ser que a solução não possa ser utilizada porque aquela pessoa não foi ouvida, não foi envolvida. Então o design thinking tem esse aspecto muito importante quando a gente trabalha com multidisciplinariedade, que são múltiplas disciplinas, não é só o, nesse caso específico o gestor de manutenção de caminhões, nem o analista de TI, nem a pessoa que faz a roteirização. Mas cadê o motorista, que realmente é quem pisa no acelerador, freia e deixa o caminhão ligado.

Perrott: Esse caso que você comentou aqui Righetti, acho que traz muita luz a uma grande problemática que a gente acaba encontrando no mercado, que, de novo, às vezes a solução é muito bacana, a gente até se pergunta “poxa, mas isso serve para que mesmo? Quem é o usuário disso aí, pelo amor de Deus? Cadê? Traz aí a pessoa que de fato está consumindo esse serviço que minimamente não faz nenhum sentido.” Óbvio, fazendo um grande parêntese aqui que é importante, existem soluções, produtos e serviços que são disruptivos, que abrem novos caminhos e novas possibilidades mas, no contexto geral de uma problemática, quando você citou bem, mapear bem o problema, saber exatamente qual é o problema que está querendo ser percorrido também já é uma grande vantagem para com que as empresas consigam dedicar energia, tempo e esforço para poder resolver e buscar soluções para aquilo ali, e não querer solução, e sim querer entender o problema para aí sim buscar uma possível solução, porque às vezes não tem solução. A ideia de repente é abandonar aquele problema e ir para outro, não é isso?

Righetti: É, exatamente. Eu acho que tem uma questão de um pouco de frustração também quando as pessoas estão engajadas, dizer que aquilo ali não vai resolver o problema. E tem a ver um pouco também com engajamento. Todo processo de design thinking tem um aspecto de engajamento em que você provoca um pensamento, você abre as possibilidades de investigação de um problema, tenta convergir em um entendimento comum do que todos concordam. Não entendimento comum que um chefe manda e todo mundo obedece. Todos concordam realmente que eu tenho que economizar combustível pisando menos no acelerador, por exemplo, pegando o exemplo do… Todos concordaram com isso. Aí eu começo a fazer uma investigação em conjunto com todos engajados com possíveis soluções para poder convergir em uma prototipação de uma solução. Esse é o processo do Grupo Diamante, muito conhecido na literatura. É crucial que isso ocorra, é essencial que exista um momento em que você vai buscar consenso tanto na identificação do que realmente é um problema, ou é uma oportunidade para eu entregar um valor agregado para o cliente. Não é só problema que a gente resolve, tá? O problema às vezes são problemas que não existem, aquele tal do problema que não existe. Quando eu agrego um valor, um serviço diferenciado da concorrência, porque na minha análise anterior de ambiente externo eu vi que é mais importante. Por isso que é importante entender o contexto, olha como as coisas estão ligadas. E as pessoas se engajam realmente, eu acredito que isso aqui realmente vai, ou me diferenciar, ou vai resolver o meu problema. E aí vamos buscar soluções. É aí que entra o papel de você ter um ecossistema de fornecedores de soluções. Eu gosto de colocar fornecedores entre aspas, porque às vezes no mercado de tecnologia a gente acha que é o único fornecedor vai fornecer tudo. Na verdade, a gente pratica muito o conceito de ecossistema.

Perrott: Sim.

Righetti: As soluções estão dentro de um contexto, elas podem ter um aspecto tecnológico, aí a Oracle está aqui. Mas pode ter quem conhece o processo, pode ser uma empresa, uma startup que tem uma solução e, por consequência utiliza uma tecnologia Oracle e já utilizou aquela prática em outra indústria e vai replicar naquela indústria específica daquele cliente, daquele caso. E aí você tem esse engajamento de inovação aberta, isso que a gente fala inovação aberta, que você tem um leque de opções, mas dentro de um contexto de resolução de problemas. Isso tudo eu estou dizendo por que? Porque isso tudo termina em que as pessoas acreditam que aquilo ali realmente faz sentido, dentro do processo até de crença tem a tal da prototipação. Por que se prototipa? Não é só uma questão… se falou muito tempo que prototipação era vamos errar mais rápido, né? Engraçado, prototipar para errar, uma palavra, uma coisa meio contraditória…

Perrott: Exato.

Righetti: “Vocês estão fazendo coisas para errar?” Mas na verdade o protótipo serve para você testar se o seu cliente final, ou o seu problema vai ser resolvido. E protótipo podem ter vários tipos, desde manuscrito em papel, vídeo, uma história, até uma coisa, um software mesmo rodando em algum lugar. Você pode ter protótipos, já vi protótipos com fidelidades distintas. O que demanda a fidelidade do protótipo é o qual meu apetite para poder realmente validar se aquilo ali vai resolver o meu problema ou vai me diferenciar. E tudo, até o protótipo, engajamento que tem que fazer no protótipo, a predisposição de fazer o protótipo, tem a ver com o engajamento das pessoas em identificar que aquela solução vai resolver novos problemas, ou vai dar aquele diferencial para a empresa naquele mercado. Então isso tudo está muito interligado.

Perrott: Sim.

Righetti: Repare que eu falei vários temas aqui da conversa que a gente está falando que são muito interligados entre si, e que tem muito a ver com isso.

Perrott: Agora, uma coisa que pode estar, quem está acompanhando nosso episódio pode estar se perguntando assim: “Tá bom, entendi aí o que o Righetti falou, tem um laboratório de inovação, mas aqui na minha empresa, Righetti, não é a Oracle, não tem esse laboratório. Como é que eu conseguiria minimamente criar um ambiente de inovação, obviamente sem deixar de entregar meus resultados? Eu tenho minhas tarefas para fazer, tenho minhas metas a serem cumpridas. Como é que a gente consegue criar esse ambiente, inovar e realmente sair do outro lado?”

Righetti: Eu não tenho uma receita de bolo que eu posso dar as minhas opiniões dessa minha experiência do laboratório de inovação. O surgimento, houve uma época em que surgiram vários laboratórios de inovação dentro das empresas, algumas seguiram e outras não. Há também um ecossistema de inovação muito ativo, inclusive no Brasil é muito ativo. Um hub de inovação. Às vezes eles são muito direcionados para determinadas verticais, se você for até em localidades.

Perrott: Sim.

Righetti: Tem em Santa Catarina, aqui em São Paulo tem, no interior tem… você tem um fomento muito grande a conectar comunidades que respiram inovação. Não é só uma questão de você ter uma ideia, uma startup, “eu vou fazer uma startup”. Às vezes é conectar uma área de uma empresa estabelecida, uma empresa grande em que você não quer, você não detém a técnica, não detém até as pessoas para executarem isso, aí você lança mão de um hub de inovação. Eu até participei tempos atrás de uma conferência de inovação em que uma grande empresa, ela colocou dessa forma, mas nós não montamos um centro de inovação para criar protótipos como laboratório de ciências, foi até o termo que ele utilizou. Na verdade, a gente quer entender, também, como é o ritmo de criação dessas inovações. Demoramos aqui cinco anos para produzir produtos. Um design de produto demora cinco anos, e a gente sabe que em tecnologia, cinco anos é quase que uma era.

Perrott: Nossa…

Righetti: Não é nem um século, é uma era. E essa empresa é uma empresa tradicional que não é de tecnologia, está entrando em tecnologia. Então, perceba que para quem quer trabalhar inovação, design thinking, tem uma questão cultural a ser trabalhada, tem uma questão de envolvimento estratégico. Tem que ser uma decisão estratégica, não pode ser algo tático, tem que estar realmente dentro de um cunho estratégico, e tem várias empresas que eu converso em que a agenda de service design, de design thinking, product design. Eles estão em uma agenda no board da empresa do CEO, ele está envolvido. É uma agenda praticamente estratégica. E certamente, a tecnologia é uma das ferramentas para você fazer isso. Tem o método, você tem estratégia, você tem (esforço) [00:15:08] e tecnologia entra por aí. Posso deixar que o Papo de Cloud aqui, Cloud teve o seu papel sim e tem esse papel essencial para viabilizar a inovação. Se a gente for parar para avaliar, se anos atrás, quando não existia a Cloud, eu tivesse que fazer um protótipo, eu tinha que comprar as coisas.

Perrott: Sim.

Righetti: Licenciar, comprar licença, comprar servidor, comprar a máquina. Era um projeto, então a gente demorava muito tempo. Não tinha prototipação, era uma prototipação até eu botar o piloto de um projeto era um projeto, tinha um custo. E tinha que ir na agenda financeira e você provar o retorno do investimento sem saber se aquilo ia dar certo. Imagina isso sem Cloud. Cloud é subscrição, Cloud você aprovisiona, usa e desliga se não der certo. E se tiver que crescer você tem condições, porque é elástico, tem como crescer. Parte do protótipo é aperfeiçoada para gerar um produto e aí sim crescer…

Perrott: Verdade.

Righetti: Aquela tecnologia… Então veja o impacto de Cloud e inovação. Ele tem um impacto de ter um ferramental disponível, em que antes era uma coisa que não era tão acessível. Veja que interessante.

Perrott: Você citou duas coisas aqui, Righetti, que me destacam bem, fica batendo na minha cabeça martelando. Primeiro, você citou o caso do motorista e que, quando perceberam que faltou ele na peça do jogo para poder realmente entender melhor a problemática e aí fazer o desdobramento da solução e obviamente a computação em nuvem. Então, alguém imagina que, primeiro, as empresas antes de pensar na solução, volte 10 casas, calma, respira fundo, qual é o problema, quem são os participantes, quem são os envolvidos? E buscar parceria, porque eu acho que, às vezes, é o famoso as vezes o santo de casa não faz milagre, às vezes não faz milagre mesmo não. E está certo, porque tem outras pessoas no ecossistema, como você citou bem, que podem contribuir com insights e com ferramental, com um conjunto de práticas que ela por si só não faz tanto sentido, mas moldando, adaptando e contextualizando, aí sim faz todo sentido. Aí é onde entra exatamente a questão da computação em nuvem, porque se a gente conseguir mapear bem o potencial da computação em nuvem, a gente consegue trazer melhores resultados e propor uma solução mais rápida, como você citou. Então resumindo aqui a minha fala né, primeiro, tenha as pessoas certas, que vivem a coisa, tenha empatia, tenha um processo, monte o ecossistema e traga a solução de computação em nuvem. E você deu um exemplo, né? Tem outros exemplos que a gente pode visualizar que a computação em nuvem pode acelerar toda essa camada de inovação e aprendizagem?

Righetti: Olha, tem sim. Eu posso dar um exemplo até prático que acontece dentro de casa. Eu tenho dentro do meu grupo um núcleo que é muito focado em trabalhar em inovação com os clientes de uma forma muito aplicada. Eles chegam com alguns desafios e a gente aplica o processo. Não é um processo de design thinking completo, mas é um processo mais customizado, um pouco do aprendizado que a gente teve ao longo dos anos em relação à essa técnica. Tem uma questão que você tem que realmente qualificar o que é inovação na cabeça das pessoas. Inovação pode ser várias coisas, pode ser inovação do processo, às vezes mudar a posição de um papel em uma mesa já muda totalmente a forma como você faz as coisas. E [nunca em] (inaudível) [00:18:19] tecnologia. É interessante isso. Às vezes é o ventilador na linha de produção que empurra o isopor e aí põe ele direitinho. A grande inovação foi o ventilador ali naquela esteira, né?

Perrott: Simples assim.

Righetti: Simples assim, muito simples. Não tem muita tecnologia, não precisa de muita coisa em cima disso. Por outro lado, as pessoas ficam também… a gente tem tanto acesso à informação… hoje em dia a computação em nuvem disponibiliza tanto serviço, tanto tipo de tecnologia que há 20, 10 anos não era tão pensada assim, acessível. Está bem democrática a coisa, por outro lado você tem que estabelecer focos. Por isso que dentro de casa a gente faz um processo até que ele qualifica um pouco o que é no contexto de inovação, mas da eficiência operacional, você realmente vai diferenciar esse produto ou serviço frente ao ambiente em que essa empresa está inserida? E aí a gente foca na prática. Sabe qual é o investimento que o cliente faz? É tempo. O tempo acho que é bem mais precioso que tem. Por isso que exceções são dinâmicas, exceções de service de design, enfim, são dinâmicos do ponto de vista de engajamento. Você tem que aproveitar bem o tempo que as pessoas estão com energia, dedicadas a pensar no problema, pensar na solução, a contextualizar. É uma imersão que você faz, e a partir dali um engajamento em um interesse mútuo de você ter o protótipo ou aquilo virar realmente um produto, um projeto no final do dia. Então, você vê ali a prática sendo realizada nesse sentido. E é bem interessante que a gente vê isso cada vez mais sendo pedido, por isso a gente tem um núcleo aqui dentro da equipe que lida com essa prática de inovação aplicada para que não vire aquela coisa “eu tenho a solução para todos os seus problemas. Na verdade, quais são os seus problemas? Que eu quero aqui é resolver, e eu estou aqui disposto a te escutar em um processo muito mútuo”. É um processo que eu vejo, até nós como somos venda de tecnologia, o processo que cria uma relação de muito longo prazo, de muita parceria.

Perrott: Sim.

Righetti: A gente também aprende muito, nós aprendemos muito do contexto dos nossos clientes, todo dia tem uma coisa diferente, uma exposição de um assunto, de um tema da indústria muito diferente, que tem condições até de falar sobre a indústria no momento que ela está passando, entender melhor por conta desse aprendizado. Por outro lado, os clientes aprendem o método que a gente estabelece tecnologia e implanta a tecnologia. Então é um exercício bem interessante de longo prazo mesmo, parceria.

Perrott: Então é co-criação e co-aprendizagem.

Righetti: Exatamente. As duas palavras acho que eu já escuto, eu já vivo elas. Na verdade, escuto, eu vivo elas há bastante tempo. E profissionalmente assim, pessoalmente é muito satisfatório você participar dos processos desses.

Perrott: Sem dúvida, Righetti. Righetti, eu queria muito agradecer, mais uma vez, a sua participação aqui no Papo Oracle Cloud, seus insights sempre nos enriquecem bastante. Deixo o nosso episódio sempre pensando assim “caramba, tem que pensar nesse tema também” e deixa a gente superempolgado. Obrigada pela sua participação e até o próximo, viu?

Righetti: Eu agradeço, Vinícius, mais uma vez. Compartilhar um assunto que é um tema que eu realmente sou apaixonado por ele, vivo ele. Na verdade, eu gosto de coparticipar com os clientes os nossos desafios. Eu sempre coloco, os nossos desafios, que acaba internalizando, né? E é um prazer sempre estar aqui com vocês, sempre nesses assuntos. Espero ter colocado algumas provocações e reflexões nas cabeças dos nossos ouvintes. Obrigado.

Perrott: Sem dúvida, obrigado.

E você que me acompanha na nossa minissérie, já sabe que nunca termina por aqui.

Esse bate papo a gente continua discutindo lá no nosso grupo do Papo Cloud Makers, link na descrição para facilitar sua experiência.

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